A nossa vida só existe na Terra por causa do efeito estufa natural. Esse grande fenômeno nos garantiu que vivamos numa temperatura média de cerca de 18ºC, ao invés de -15ºC. O problema é que vieram as alterações climáticas.
O que era para ser um fenômeno benéfico, se tornou um grande motivo para a extinção humana. Sempre existiram mudanças climáticas, mas nos últimos 150 anos adicionamos um efeito estufa antropogênico ao fenômeno que era natural.
E qual é a grande ameaça dessa mudança de clima? Os eventos climáticos extremos resultantes disso. Prossiga com a leitura do artigo e entenda mais sobre essa ameaça (e como combatê-la)!
Índice
O que são as alterações climáticas e o efeito estufa?
“Mais amplo do que apenas um aquecimento global, as alterações climáticas são uma série de mudanças que podem tornar a vida humana insustentável.”
O que são as alterações climáticas? Bem, com certeza são muito mais do que apenas um aquecimento global, que se trata do aumento de temperatura. Mudança climática envolve temperatura, intensidade das chuvas e eventos climáticos extremos.
Ela naturalmente ocorreu durante toda a vida do planeta. Segundo evidências geológicas, a temperatura média global já foi extremamente maior e também menor em relação à atual (18ºC).
O problema é que as alterações climáticas ocorriam num espaço de tempo bastante longo – o período atual de aquecimento está ocorrendo rápido demais. Para entender melhor isso, precisamos falar sobre o efeito estufa.
O que é o efeito estufa?
Numa estufa de plantas, a luz do sol entra através das paredes de vidro transparente. Apenas uma parte da luz é absorvida pelas plantas e pelo solo – a outra é refletida de volta como radiação.
E dessa luz retornada, apenas uma parte realmente escapa pelo vidro, a outra permanece dentro da estufa. Isso acaba gerando o aumento de temperatura no ambiente, o que mantém as plantas aquecidas.
A Terra funciona de forma similar:
- A energia do sol passa pela atmosfera terrestre e é absorvida parcialmente pelas plantas, pelo solo e pelos oceanos.
- O restante da energia é refletido de volta, mas não toda – uma parte é retida pelos gases na atmosfera (os gases do efeito estufa).
- Isso gera o clima que torna esse grande planeta habitável para nós, seres vivos.
Esse é o efeito estufa natural – que se trata de algo bom para nós. Mas sabe o que não é bom? O efeito estufa antropogênico.
Quando o efeito estufa começa a se tornar um problema?
As anomalias do aquecimento global que testemunhamos é, em parte, nossa culpa. Há cerca de 15 anos, dados produzidos por diferentes cientistas para o relatório IPCC constatam que 97% do aquecimento global vem do efeito estufa antropogênico.
Esse efeito estufa artificial começou a se tornar mais presente a partir da primeira revolução industrial. Nesse momento, o ser humano passou a colocar na atmosfera milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera.
Dessa forma, a quantidade de CO² presente na atmosfera dobrou em relação aos valores mínimos dos últimos 700.000 anos. Com o tempo, ainda conseguimos elaborar outras formas para aprimorar o efeito estufa antropogênico.
E o resultado é…
Nos últimos 150 anos, a temperatura média global aumentou 2ºC. Parece pouco, certo? Contudo, a diferença entre a temperatura média global atual e a das eras glaciais é de apenas 5ºC.
Tenha em mente que é necessária uma grande quantidade de calor para elevar a temperatura média da Terra, mesmo que apenas 2ºC. É essencial que fiquemos abaixo do aumento de 2 graus para evitar eventos climáticos extremos.
Os resultados desse aumento já estão sendo sentidos, já que os 10 anos mais quentes do mundo foram registrados a partir de 1998. Além disso, nós estamos com uma temperatura 1,15ºC acima da média pré-industrial.
Qual é a causa das alterações climáticas?
Não há apenas uma única causa para as alterações climáticas, a maioria envolve as atividades humanas. Alguns motivos para as alterações climáticas são:
- Presença de aterros;
- Queima de combustíveis fósseis;
- Pecuária;
- Uso de transportes com grande emissão de carbono;
- Uso excessivo de fertilizantes;
- Resíduos alimentares.
Todas essas ações acabam emitindo gases para o efeito estufa, só que em excesso. Esses gases são o dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e gases fluorados.
Quanto mais gás presente na atmosfera, maior é o impacto na atmosfera, danificando a camada invisível que nos protege, fazendo assim com que o calor passe sem filtros e se sinta com maior intensidade.
Entendendo melhor de onde o calor vem
Uma das grandes causas das alterações climáticas é a queima de carvão, petróleo e gás, que produz o dióxido de carbono e o óxido nitroso. Além disso, deve ser apontado o desflorestamento, pois as árvores atuam na regulação do CO² presente na atmosfera.
Quando abatidas, o carbono armazenado nas árvores acaba sendo liberado para a atmosfera, o que reforça o efeito estufa.
O aumento da atividade pecuária também é um grande motivo para o surgimento de metano na atmosfera. Esse gás é produzido pelas vacas e pelas ovelhas após a digestão dos alimentos ingeridos.
Por fim, os gases fluorados emitidos por equipamentos e produtos podem ter consequências bastante severas: seu efeito de aquecimento chega a ser 23 000 vezes mais forte que o do CO².
Quem são os grandes culpados?
Observando a emissão dos gases do efeito estufa por setores econômicos, é possível apontar diferentes culpados. Segundo a E.P.A. e o climate.gov, os maiores emissores são:
- Produção de eletricidade e calor, com 25%;
- Agricultura, floresta e outros usos de terra, com 24%;
- Indústria, com 21%;
- Transportes, com 14%;
- Outras formas de energia, com 10%;
- Edifícios, com 6%.
Quais são as consequências das alterações climáticas para a humanidade?
O impacto das alterações climáticas é evidente, sendo algo já apontado constantemente pelo relatório IPCC. Por exemplo, as geleiras marinhas do Ártico já diminuíram em média 12,85% a cada 10 anos.
Outro exemplo gritante é o já falado calor – os últimos 7 anos, desde 2015 até 2021, foram dos anos mais quentes de sempre, veja-se o exemplo do recorde incrível de quase 50ºC atingido no Canadá em 2021. O resultado foram as “temporadas de incêndio”, que se tornaram mais longas e mais intensas, como visto na Austrália em 2019.
Enfim, quais são as principais consequências das alterações climáticas?
Aumento no número de eventos climáticos extremos
Os eventos climáticos não só estão se repetindo mais, como também estão se tornando cada vez mais intensos. Enchentes, tempestades, secas, furacões – todos começam a ficar mais comuns.
Um exemplo é o El Niño, que costuma ocorrer a cada 5-7 anos e provoca secas fortes e chuvas torrenciais (dependendo da localização). O esperado é que se torne mais recorrente com o passar do tempo.
Aumento do nível do mar
Até ao final do século 21, é esperado que o nível do mar registre aumento de 18 a 59 cm. Isso pode levar ao desaparecimento de muitas ilhas (até de países insulares) e causará muitos danos às regiões costeiras.
Menor cobertura de gelo
Desde 1990 que uma das grandes consequências das alterações climáticas é a perda da superfície de gelo. O Ártico já perdeu cerca de 7% da sua cobertura desde então e é esperado que a diminuição da cobertura aumente nele e na Antártica.
Mudanças severas nos ecossistemas
Com as alterações climáticas, naturalmente ocorrem mudanças nos ecossistemas, o que põe em risco a sobrevivência de inúmeras espécies. Alguns exemplos disso são:
- Menor produção de flores e frutos na Amazônia;
- Extinção de espécies endêmicas;
- Aumento na população de vetores, os organismos que podem transmitir doenças infecciosas entre seres humanos e animais, levando ao surgimento de zoonoses, doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos, como malária e dengue.
Desertificação
As atividades humanas e as mudanças do clima são os principais motivos para a desertificação. É esperado que 135 milhões de pessoas corram o risco de perder terras por causa dessa consequência.
Poluição do ar
Com o aumento da temperatura, é natural uma poluição do ar ainda mais forte, que é criada por carros, aviões e emissões de fábrica. Quanto mais quente está os seus arredores, mais poluição surge.
E há frio extremo também!
Sabe quando eu disse que as mudanças climáticas não são apenas o aquecimento global? Bem, acontece que essas alterações também levam certas áreas a experimentarem um inverno mais frio que o normal.
Isso acontece pelas temperaturas mais altas no Ártico causarem oscilações violentas na corrente de jato polar. Dessa maneira, oscilações maiores fazem com que o ar frio alcance mais o sul.
E como realizar o combate às alterações climáticas?
O combate às alterações climáticas não é novidade. Em dezembro de 2015, foi firmado o Acordo de Paris, um compromisso mundial com a adoção de políticas climáticas por diferentes governos. O objetivo? Redução na emissão de gases do efeito estufa.
Ele foi assinado por 195 países, que se comprometeram com a meta de manter o aumento do aquecimento global abaixo de 2ºC (limitando-o a 1,5ºC). Contudo, fora o acordo de Paris, o que você pode fazer?
- Reduza o seu lixo, pois os aterros sanitários são fortes causadores da emissão de metano;
- Reduza a quantidade de descartáveis no seu cotidiano;
- Realize a compostagem dos seus alimentos, mantendo-os longe dos aterros;
- Limite o consumo de produtos de origem animal;
- Contribua para a redução da dependência de energias fósseis;
- Advogue pela causa, cobrando de empresas e figuras políticas os posicionamentos e ações.
Lutar contra as alterações climáticas é uma ação coletiva. Você não deve apenas realizar boas ações – precisa se engajar com outras pessoas contra essa grande ameaça. Comece isso hoje para sentir os efeitos positivos depois!